quarta-feira, 15 de abril de 2009

O resto é ruído


Minha nova e desafiadora tarefa pra esse mês de abril, cheio de feriados, casamento do meu irmão, viagens atarefadas e dias cada vez mais curtos já foi lançado; O livro de O resto é ruído de Alex Ross. Critico musical da revista New Yorker.


Pois o senhor Ross se aventurou numa tarefa hercúlea e se deu muito bem! Resolveu contar a historia da musica erudita no século passado e de quebra, acabou contando a historia do século xx através de sua musica.
Ross vai trazendo todo o seu conhecimento musical solido e costurando com acontecimentos históricos, conjunturas sociais, politicas e culturais que de forma direta, indireta ou paralela, pautaram as rupturas, movimentos e inovacoes musicais principalmente na Europa e USA.


Sem preconceitos, o autor mostra a elitista e as vezes difícil vanguarda musical como algo próximo e presente. Mostra com riqueza de informação e com um estilo agradável de ler, como a musica acabou sendo incorporada por formas populares de cultura, como o cinema, e traçando um caminho ate nomes de peso como John Coltrane e bandas como Beatles e Velvet Underground.


O texto vem acompanhando os acontecimentos desde a efervecencia de Viena no começo do século, passando pelas duas grandes guerras mundiais e guerra fria, ate o saculejo cultural da década de 60 e 70. Entra no contexto em que viveram e desmistifica cabeças de compositores como Stravinski, Strauss, Schoenberg e o doido do Stockhausen, por exemplo. Apresenta de uma forma clara, contextualizada e interessante, propostas musicais como o minimalismo, dodecafonismo e serialismo, alem de rastrear de onde vieram e o que influenciaram posteriormente.


Alem de uma grande aula de historia da musica, o livro traz uma deliciosa aula de historia do século XX, com uma caprichada trilha sonora!
PS. Escrevo isso, ainda da metade do livro... Provavelmente minha recomendação se tornará mais enfática ainda quando der cabo das 670 paginas.

Um comentário:

André R. S. Gonçalves disse...

valeu pela dica...
parece, de fato, interessantíssimo
em que época/compositor/banda você está agora